‑ O próprio feed do site Disclosure News registrou no dia 19/04/2025, (17 UTC) um pico de Power 92 acompanhado da queda brusca de todas as frequências de base — o típico “borrão branco” no espectrograma.

‑ Valores nessa faixa costumam coincidir com tempestades geomagnéticas ou passagem de ejeções de massa coronal (CME). No dia 19 de abril 2025, instrumentos do NOAA e do site Spaceweather.com confirmaram:

➡️um flare M4.0 às 23:50 UTC de 18/04;

➡️aumento previsto da velocidade do vento solar proveniente de um grande buraco coronal, com chegada ao campo magnético da Terra entre 20‑22/04;

➡️Kp atingindo nível 5‑G1 de tempestade menor durante a noite.

Essas perturbações externas alteram a densidade da ionosfera, o que pode amplificar temporariamente a RS captada pelos sensores.

Pesquisas sérias sobre possíveis efeitos da RS ampliada no organismo ainda são escassas. Estudos controlados demonstram que:

Em resumo, quem sentiu insônia, pressão na cabeça ou fadiga pode estar reagindo a mudanças reais no campo magnético (que se intensificaram ontem) combinadas com fatores pessoais — hidratação, barulho, ansiedade — e não necessariamente somente o pico de RS em si.

1- Atmosfera superior perturbada por vento solar mais rápido e magneticamente denso, elevando o índice Kp e tornando a ionosfera mais condutiva.

2- Sensores de Tomsk responderam a essa mudança com um pico de amplitude (Power 92) — alto, mas dentro do histórico recente; há registros de Power > 100 em 2023.

3- Narrativas espirituais reinterpretam o evento como “chuva de códigos de luz”, mesclando terminologia científica com simbolismos de ascensão energética.

- Mantenha o ceticismo saudável: números isolados sem contexto (como “92”) não indicam catástrofe iminente.

- Acompanhe fontes de monitoramento geoespacial (NOAA SWPC, Spaceweatherlive) para compreender tempestades solares reais que, essas sim, podem afetar redes elétricas, navegação por satélite e até a qualidade do sono.

- Caso sinta desconfortos físicos, priorize medidas básicas: boa hidratação, banho morno, redução da exposição a telas antes de dormir e, se necessário, avaliação médica.

- Use a dimensão simbólica (“códigos de luz”) apenas como recurso de inspiração interior, sem abrir mão de dados empíricos.

O pico de “Power 92” reflete um episódio de maior turbulência ionosférica, provavelmente ligado à atividade solar detectada este fim de semana. Não há evidência científica convincente de que esses picos provoquem, sozinhos, sintomas físicos generalizados — mas tempestades geomagnéticas podem influenciar indiretamente a fisiologia de pessoas mais sensíveis. Informação contextualizada e autocuidado continuam sendo a melhor resposta para noites agitadas e dores de cabeça repentinas.

1- Escudo magnético naturalmente mais fraco
Na AMAS—que cobre boa parte do Brasil central e do Atlântico Sul—o campo geomagnético de superfície é cerca de 30 % mais fraco que a média global. Isso permite que partículas energéticas do cinturão de Van Allen se aproximem até altitudes de 200–300 km, zona de órbita de muitos satélites.
NASA Scientific Visualization Studio

2- Tempestades solares pioram o “vazamento” de partículas
Quando um CME atinge a Terra (o que ocorreu neste fim‑de‑semana), o fluxo de prótons e elétrons aumenta. Sobre a AMAS, essa chuva penetra mais fundo porque encontra menos resistência magnética, elevando:

- Doses de radiação em satélites e na ISS (reboots, bit‑flips, desgaste de painéis solares);
- Perturbações ionosféricas locais, com maior absorção de HF/VHF e cintilação que pode degradar a precisão do GPS e de radares meteorológicos no Brasil.

3 - E o “Power 92” da Ressonância Schumann?
A amplitude da RS reflete quão “agulhada” a cavidade Terra‑ionosfera está. Sobre uma área de campo fraco, pequenas variações no conteúdo de elétrons da ionosfera produzem janelas de condutividade mais largas, amplificando o sinal ELF detectado. Isso explica por que picos altos (como 92) costumam coincidir com distúrbios solares, sobretudo na faixa de latitude da AMAS; porém:

O efeito é eletromagnético — não radioativo — e, no solo, continua milhares de vezes mais fraco que linhas de alta tensão ou um telefone celular.

Estudos não apontam riscos adicionais à saúde humana em superfície; sintomas relatados (insônia, cefaleia) são plausíveis por variações do campo geomagnético, mas permanecem correlação fraca, não causalidade comprovada.

Boas práticas de monitoramento

- Acompanhe índices Kp e AE (NOAA SWPC) para prever perturbações;

- Consulte aplicativos de cintilação GNSS em tempo real (e.g., SAGA, ESA Swarm) se trabalha com agricultura de precisão, geodésia ou aviação;

- Para curiosos em RS, use espectrogramas locais (ex.: estação de Atibaia/INPE) em vez de se basear apenas no gráfico de Tomsk.

Morar sob a AMAS não torna ninguém “mais exposto” à radiação em terra, mas coloca o Brasil numa zona onde satélites, aviação e comunicações sofrem maiores oscilações quando a atividade solar dispara—fenômeno que também pode turbinar momentaneamente a potência registrada da Ressonância Schumann. Informação contextualizada e calibração das expectativas são as melhores defesas contra alarmes exagerados.

1. NEVOIT, G.; LANDAUSKAS, M.; McCARTY, R.; BUMBLYTE, I. A.; POTYAZHENKO, M.; TALETAVICIENE, G.; JARUSEVICIUS, G.; VAINORAS, A. Schumann Resonances and the Human Body: Questions About Interactions, Problems and Prospects. Applied Sciences, Basel, v. 15, n. 1, art. 449, 2025. Disponível em: https://doi.org/10.3390/app15010449. Acesso em: 20 abr. 2025.

2. MARTEL, J.; CHANG, S.‑H.; CHEVALIER, G.; OJCIUS, D. M.; YOUNG, J. D. Influence of electromagnetic fields on the circadian rhythm: implications for human health and disease. Biomedical Journal, Tainan, v. 46, n. 1, p. 48‑59, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.bj.2023.01.003 . Acesso em: 20 abr. 2025.

3. CLOSE, J. Are stress responses to geomagnetic storms mediated by the cryptochrome compass system? Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, Londres, v. 279, n. 1736, p. 2081‑2090, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1098/rspb.2012.0324 . Acesso em: 20 abr. 2025.

4. SCHAEFER, R. K. et al. Observation and modeling of the South Atlantic Anomaly in low Earth orbit using photometric instrument data. Space Weather, Washington, DC, v. 14, n. 5, p. 330‑342, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1002/2016SW001371 . Acesso em: 20 abr. 2025.

5. JONES, A. D. et al. SAMPEX observations of the South Atlantic Anomaly secular drift during solar cycles 22–24. Space Weather, Washington, DC, v. 15, n. 1, p. 44‑52, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1002/2016SW001525 . Acesso em: 20 abr. 2025.

6. HEIRTZLER, J. R. The Future of the South Atlantic Anomaly and Implications for Radiation Damage in Space. Greenbelt: NASA Goddard Space Flight Center, 2002. (NASA Technical Report). Disponível em: https://ntrs.nasa.gov/api/citations/20000085550/downloads/20000085550.pdf . Acesso em: 20 abr. 2025.

7. KOZŁOWSKI, M.; MARCIAK‑KOZŁOWSKA, J. Schumann Resonance and Brain Waves: A Quantum Description. NeuroQuantology, Istambul, v. 13, n. 2, p. 196‑204, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.14704/nq.2015.13.2.795 . Acesso em: 20 abr. 2025.