USO DE SONS NA INDUÇÃO
HIPNÓTICA PARA A SAÚDE
A hipnose é classicamente definida como um estado de consciência que envolve atenção focada e consciência periférica reduzida, caracterizado por uma maior capacidade de resposta à sugestão. Esse estado pode ser alcançado por meio de técnicas de indução hipnótica, nas quais o terapeuta ou profissional conduz o indivíduo ao transe hipnótico utilizando sugestões de relaxamento, concentração e imaginação guiada. A indução costuma empregar recursos sensoriais – como o tom de voz, visualizações, toques e, notadamente, sons – para ajudar a direcionar a atenção do paciente e facilitar a entrada no estado hipnótico. No contexto clínico, a hipnose tem sido reconhecida e regulamentada como técnica auxiliar em diversos tratamentos de saúde física e mental, quando conduzida por profissionais capacitados.
Entre os recursos sensoriais, o uso de estímulos sonoros destaca-se como uma estratégia poderosa na indução hipnótica, em especial na chamada hipnose neurossensorial. Essa abordagem, desenvolvida no Brasil por pesquisadores como Prof. Dr. João Oliveira e colaboradores, emprega sons, frequências, além de outros estímulos (aromas, luzes, cores), para potencializar o processo hipnótico e facilitar a ressignificação de conteúdos internos.
O presente artigo explora, de forma didática e embasada, como diferentes tipos de sons podem ser utilizados nas induções hipnóticas voltadas à promoção da saúde. Serão discutidas três categorias de efeitos sonoros: (1) sons simbólicos que evocam memórias e emoções; (2) sons rítmicos e frequências que produzem efeitos fisiológicos diretos; e (3) sons que remetem a memórias filogenéticas (ancestrais). Ilustramos cada categoria com exemplos e referências a achados científicos, demonstrando seu potencial terapêutico, por exemplo, no alívio do estresse, da ansiedade, da dor e mesmo na promoção de conforto em recém-nascidos.
Sons Simbólicos e Associações Emocionais
Determinados sons ou músicas podem atuar como símbolos que evocam memórias e emoções associadas a experiências passadas. Por exemplo, ouvir o canto de pássaros pode transportar a pessoa mentalmente para uma tranquila tarde no campo, suscitando sentimentos positivos de paz e bem-estar. Nesse caso, o som funciona como um gatilho autobiográfico: remete a vivências pessoais e desencadeia as emoções vinculadas a essas lembranças. É sabido que a música e os sons têm grande poder de evocar lembranças; melodias familiares frequentemente nos reconectam com momentos do passado, especialmente memórias carregadas de emoção.
Em pesquisas recentes, observou-se que músicas emocionalmente significativas ativam regiões cerebrais ligadas à memória autobiográfica (como o hipocampo) e à emoção (amígdala), podendo até mesmo modular o teor emocional de recordações antigas.
Na hipnose clínica, podemos aproveitar esses sons simbólicos para aprofundar a indução: ao tocar uma música específica ou um som da natureza ligado a experiências agradáveis do paciente, favorecemos a imersão emocional dele num estado positivo e receptivo às sugestões. Por exemplo, uma música instrumental suave, sem letra, que tenha sido marcante na vida do indivíduo, pode induzir uma nostalgia confortável ou relaxante. Essas reações emocionais intensificadas facilitam a instalação do transe, pois a pessoa se encontra absorvida na experiência interna evocada pelo som. Além disso, emoções positivas (como tranquilidade, segurança, alegria) evocadas por sons familiares tendem a reduzir o estado de alerta defensivo e a ansiedade, aumentando a suscetibilidade às sugestões terapêuticas. Estudos em musicoterapia e psicologia confirmam que músicas capazes de induzir emoções agradáveis contribuem para redução do estresse e ansiedade.
Em revisão de literatura, Nunes-Silva et al. (2012) observaram que músicas de caráter sedativo – com andamento lento e pouca variação rítmica – podem reduzir o estresse e favorecer o relaxamento
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. Assim, ao selecionar sons ou músicas que tenham significado positivo para o sujeito, o hipnoterapeuta aproveita o vínculo emocional pré-existente (ancoragem sonora) para conduzir a mente a um estado de relaxamento profundo e seguro.
Exemplos práticos: Em consultório, um terapeuta pode perguntar ao paciente quais músicas ou sons lhe trazem sensação de calma ou felicidade, e então utilizá-los na indução. Pode-se reproduzir sons da natureza (ondas do mar, chuva suave, canto de pássaros) se o paciente associa essas paisagens sonoras a férias tranquilas ou contato restaurador com a natureza. Essa técnica alinha-se ao conceito de imagética sonora – o som evocando imagens mentais positivas. De fato, evidências científicas mostram que sons naturais de florestas e campos produzem efeitos relaxantes mensuráveis: um estudo japonês registrou que escutar sons de uma floresta (comparado a sons urbanos) levou a redução da frequência cardíaca, maior atividade parassimpática, diminuição da atividade simpática e relatos subjetivos de conforto e relaxamento.
Tais achados respaldam o uso de paisagens sonoras naturais, carregadas de simbolismo positivo, para induzir estados de tranquilidade – seja em hipnose, meditação ou simplesmente como terapia auxiliar no manejo do estresse.
Ritmo, Frequência e Efeitos Fisiológicos
Independentemente de evocar lembranças específicas, o som exerce influência direta sobre o organismo humano através de suas propriedades rítmicas e frequênciais. Pesquisas demonstram que aspectos como o ritmo, a cadência e as frequências sonoras podem desencadear respostas neurofisiológicas automáticas, incluindo alterações em hormônios, atividade cerebral e parâmetros vitais, mesmo sem envolvimento consciente de memórias ou emoções prévias. Em outras palavras, certos sons atuam de forma fisiológica, promovendo mudanças no corpo que favorecem o relaxamento ou outros estados mentais, sem necessidade de significado emocional associado.
Um componente chave é o ritmo. Sons rítmicos e repetitivos podem sincronizar-se com ritmos biológicos. Por exemplo, músicas lentas (~60 batidas por minuto) tendem a induzir uma desaceleração do ritmo cardíaco e respiratório de quem ouve, em um processo de entrainment (arrastamento rítmico). O médico Herbert Benson (1977) já relatava que exercícios de relaxamento com respirações lentas e padrões sonoros suaves levavam a diminuição dos batimentos cardíacos, da pressão arterial, do consumo de oxigênio e alterações hormonais compatíveis com um estado de relaxamento profundo.
A atividade elétrica cerebral também se modifica: sons repetitivos ou monótonos podem favorecer o predomínio de ondas lentas (alfa e teta) associadas a estados meditativos e de transe.
Adicionalmente, estudos específicos sobre música demonstram efeitos endócrinos: melodias calmas e harmoniosas podem reduzir os níveis de cortisol, o principal hormônio do estresse, após situações estressoras.
Khalfa et al. (2003) constataram esse efeito ao medir o cortisol salivar de voluntários expostos a música relaxante, confirmando uma ação fisiológica de alivio do estresse mediada pelo som.
Outros pesquisadores encontraram resultados convergentes: música relaxante previne aumentos de ansiedade, pressão arterial e frequência cardíaca induzidos pelo estresse. Knight e Rickard (2001), por exemplo, observaram que participantes que ouviam música calmante antes de um estressor não apresentavam o pico habitual de ansiedade e mantinham a pressão sistólica e pulsação mais baixas em.
No âmbito imunológico, cantar ou ouvir música mostrou elevar a imunoglobulina A e modular o cortisol, indicando melhora do estado emocional e imunológico simultaneamente.
O perfil de frequência sonora (baixas, médias, altas frequências) também influencia o organismo. Sons de baixa frequência e tonalidade grave tendem a ser percebidos como relaxantes ou sedativos, enquanto frequências muito agudas e variações bruscas podem gerar alerta ou incômodo. Em musicoterapia, composições para relaxamento geralmente apresentam volume baixo, ritmo constante, dinâmica suave e poucas dissonâncias, características associadas à redução de tensão.
Estudos clínicos com pacientes médicos ilustram aplicações práticas: pacientes submetidos a cirurgias ou procedimentos invasivos que escutam música suave durante o processo mostram redução significativa da ansiedade e da pressão arterial, em comparação a pacientes sem intervenção musical.
Notavelmente, há evidências de que incorporar batidas binaurais (binaural beats) – frequências ligeiramente distintas em cada ouvido que geram uma terceira frequência percebida pelo cérebro – pode intensificar esses efeitos. Em um experimento randomizado, música com batidas binaurais embutidas levou a queda adicional da frequência cardíaca dos pacientes, além da diminuição da ansiedade e da pressão arterial, sugerindo que a estimulação auditiva frequencial pode aprofundar o relaxamento mais do que música comum.
Em suma, esse conjunto de pesquisas confirma que sons rítmicos e frequenciais adequadamente escolhidos agem como ferramentas fisiológicas na indução hipnótica. Batidas lentas, padrões repetitivos e frequências específicas podem induzir estados de calma no sistema nervoso autônomo – aumentando a atividade parassimpática (de relaxamento) e diminuindo a liberação de hormônios do estresse.
Esse efeito independe de a pessoa gostar da música ou tê-la ouvido antes; trata-se de um fenômeno neurofisiológico universal, explorado há milênios em práticas culturais (por exemplo, os tambores xamânicos usados para induzir transe em diversos povos) e hoje cada vez mais embasado por dados científicos.
Sons e Memórias Filogenéticas (Ancestrais)
Além das memórias pessoais, alguns autores propõem que certos sons podem evocar “memórias filogenéticas” – isto é, reações emocional-instintivas herdadas da nossa história evolutiva enquanto espécie. Embora o termo seja usado de forma teórica, refere-se à ideia de que sons presentes no ambiente natural dos ancestrais humanos, ou experiências sonoras primordiais, deixam uma marca no sistema nervoso ao longo da evolução. Assim, mesmo sem experiência pessoal prévia, um som poderia desencadear respostas inatas ou arquetípicas.
Por exemplo, ruídos abruptos e altos tendem a desencadear automaticamente a resposta de sobressalto e alerta em humanos (e outros mamíferos), algo ligado à sobrevivência – nossos ancestrais que reagiam rapidamente a um estalo de galho ou rugido repentino tinham mais chance de escapar de predadores. Por outro lado, muitos sons da natureza suaves e ritmados (como a chuva constante, ondas do mar, canto de grilos à noite) podem trazer uma sensação imediata de segurança e tranquilidade, possivelmente porque sinalizavam aos ancestrais um ambiente livre de ameaças imediatas e propício ao descanso. Estudos modernos em psicologia ambiental evidenciam que paisagens sonoras naturais promovem relaxamento mais eficazmente do que sons urbanos artificiais, em parte por essa predisposição evolutiva: em testes controlados, sons de floresta geraram maior conforto, melhora do humor e redução de marcadores de estresse nos participantes. Isso sugere que nosso organismo ainda “reconhece” sons naturais como benéficos em um nível primitivo.
Outro exemplo notável de possível memória filogenética é a resposta de bebês recém-nascidos a determinados sons. Pesquisas indicam que sons que imitam o útero materno, em especial o som dos batimentos cardíacos da mãe, têm um efeito calmante significativo nos bebês. Mesmo fora do útero, o recém-nascido parece “lembrar” (em nível sensorial) das vibrações rítmicas do coração materno e do fluxo sanguíneo que o envolveram por meses. Reproduzir o som do coração da mãe perto do bebê pode reduzir o choro, estabilizar a respiração e até melhorar indicadores de dor e estresse nos prematuros.
Um estudo clínico controlado com 60 neonatos em UTI mostrou que tocar por alguns minutos uma gravação do batimento cardíaco materno resultou em redução significativa da frequência cardíaca dos bebês, melhora da saturação de oxigênio e menores escores de dor durante um procedimento doloroso (coleta de sangue). Os autores concluíram que o som do coração da mãe pode ser usado como intervenção não-farmacológica segura para reduzir o sofrimento neonatal em procedimentos invasivos.
Esse achado reforça a ideia de uma memória auditiva primária: ainda que o bebê não tenha uma “lembrança” consciente, seu sistema neurossensorial reconhece e responde ao som ancestral do coração e da voz materna, elementos constantes do ambiente fetal.
Do ponto de vista da hipnose, memórias filogenéticas ou respostas ancestrais podem ser exploradas de forma cuidadosa. Sons de tambores rítmicos a baixas frequências, por exemplo, parecem induzir estados alterados de consciência de modo transversal a muitas culturas, possivelmente por atuarem em ressonância com ritmos cerebrais básicos (teoria apoiada por registros de EEG durante rituais de percussão monótona). Técnicas modernas de indução têm incorporado sons isocrônicos e binaurais em frequências correspondentes a ondas cerebrais desejadas (alfa para relaxamento, teta para estados meditativos, etc.), aproveitando predisposições neurológicas universais para esses ritmos. Também se podem usar sons de fogueira crepitando, água corrente ou cantos tribais durante a hipnose para acessar arquétipos de segurança, aquecimento ou conexão coletiva profundamente enraizados na psique humana. Embora nem todos esses aspectos estejam plenamente validados experimentalmente, eles se baseiam na convergência de dados etnográficos (o uso milenar do som em curas e transe) e achados neurocientíficos recentes sobre o impacto do som no cérebro.
Aplicações Terapêuticas do Uso de Sons
O conhecimento sobre as influências sonoras pode ser aplicado de forma prática em contextos de saúde e bem-estar através da hipnose e outras terapias mente-corpo. A seguir, destacamos algumas aplicações terapêuticas onde os sons demonstraram benefícios:
- Promoção de Relaxamento e Redução do Estresse: Sons selecionados são corriqueiramente empregados para facilitar relaxamento profundo em pacientes com ansiedade, estresse ocupacional ou insônia. Músicas leves ou sons da natureza durante a indução hipnótica ajudam a reduzir a ativação fisiológica do estresse (como batimentos cardíacos e cortisol), servindo de complemento a técnicas de respiração e visualização. Programas de redução de estresse e clínicas de dor frequentemente utilizam “sound therapy” (terapia do som) ou trilhas sonoras calmantes nas sessões de hipnose, meditação guiada ou mindfulness, capitalizando os efeitos sedativos intrínsecos do som. A literatura aponta que pacientes expostos regularmente a música relaxante apresentam menor reatividade ao estresse no dia a dia e relatam melhora no humor e no sono.
- Controle da Dor e Procedimentos Médicos: A hipnose é reconhecida por sua utilidade no manejo da dor aguda e crônica, e os sons podem potencializar esse efeito. Em sessões pré-cirúrgicas ou procedimentos odontológicos, por exemplo, combina-se indução hipnótica com música de fundo tranquila para reduzir tanto a dor percebida quanto a ansiedade do paciente. Resultados clínicos mostram que pacientes que ouvem música durante procedimentos como endoscopias, cirurgias ambulatoriais ou tratamento de litotripsia reportam menos ansiedade e frequentemente requerem menos sedativos farmacológicos. O som atua como distrator da dor e modulador emocional; além disso, conforme citado, ritmos musicais podem desencadear liberação de endorfinas e redução de hormônios como ACTH, contribuindo a um efeito analgésico natural. Na hipnose para parto sem dor (hipnobirthing), é comum recomendar à gestante playlists relaxantes ou sons de natureza para auxiliar no controle da percepção dolorosa durante o trabalho de parto, sincronizando com as técnicas de sugestão hipnótica.
- Saúde Neonatal e Pediátrica: Conforme discutido, sons do coração materno e voz da mãe gravada vêm sendo utilizados em UTIs neonatais para acalmar bebês prematuros, melhorar parâmetros fisiológicos e possivelmente até favorecer ganho de peso e desenvolvimento (pois bebês calmos desperdiçam menos energia e se alimentam melhor). Esses achados já estão sendo traduzidos em práticas: algumas incubadoras modernas incluem dispositivos de som para reproduzir batimento cardíaco e ruídos intrauterinos controlados. A hipnose pediátrica também pode incorporar músicas ou cantigas conhecidas da criança para induzir transe lúdico, tornando o processo mais acolhedor. Por exemplo, uma criança ansiosa pode ser convidada a fechar os olhos enquanto ouve a “música de ninar” que os pais costumavam cantar – isso a reconecta com sentimentos arquetípicos de proteção e facilita a indução hipnótica com sugestões de segurança.
- Transtornos de Ansiedade e Fobia: O uso de áudio com frequências específicas (incluindo binaural beats) tem sido explorado para reduzir sintomas de ansiedade generalizada, síndrome do pânico e fobias, muitas vezes em conjunto com visualização guiada. As frequências da faixa teta (4-7 Hz) são associadas a estados de introspecção e relaxamento profundo; assim, trilhas sonoras com batidas binaurais teta podem ajudar pacientes fóbicos a entrar em um estado mais receptivo para reprocessamento de memórias traumáticas durante hipnoterapia. Estudos preliminares sugerem que a estimulação binaural pode amplificar a profundidade hipnótica em indivíduos altamente sugestionáveis, aumentando a ocorrência de ondas teta frontais correlacionadas à hipnose profunda. Embora sejam necessárias mais pesquisas clínicas, esse recurso se mostra promissor e de fácil aplicação.
Em todas essas aplicações, ressalta-se a importância de personalizar a escolha dos sons conforme o perfil do paciente. Nem todos os indivíduos respondem da mesma forma a um dado estímulo sonoro; diferenças culturais e preferências pessoais importam especialmente na categoria dos sons simbólicos. Portanto, o profissional deve avaliar quais sons produzem efeitos positivos no paciente específico – seja conversando previamente ou testando durante as sessões – e integrar esses elementos sonoros de forma estratégica na indução e no desenrolar da hipnose.
Considerações Finais:
O emprego de sons na indução hipnótica é uma prática fundamentada tanto na tradição quanto em evidências científicas modernas. Analisando três dimensões – emocional simbólica, neurofisiológica e filogenética – percebemos que o som atua de modo abrangente sobre a psique e o corpo durante o transe hipnótico. Sons familiares e carregados de significado podem evocar lembranças e estados emocionais benéficos, proporcionando um atalho para o relaxamento e a confiança na experiência hipnótica. Paralelamente, as qualidades intrínsecas do som (ritmo, frequência, timbre) influenciam diretamente nosso sistema neuroendócrino, podendo reduzir hormônios do estresse, modular a frequência cardíaca e as ondas cerebrais, induzindo fisiologicamente um estado compatível com a hipnose. Por fim, apelos sonoros atávicos – como o bater de um tambor lento ou o som do coração materno – parecem ressoar em níveis profundos da consciência, despertando respostas ancestrais de conexão, conforto ou alerta, que podem ser canalizadas terapeuticamente.
Conforme exemplificado, integrar sons à hipnose amplia as possibilidades de atuação clínica: do manejo da dor e ansiedade em contextos hospitalares ao cuidado neonatal, da terapia de traumas ao bem-estar cotidiano. Essa integração dá origem à chamada Hipnose Neurossensorial, na qual estímulos auditivos (juntamente com estímulos visuais, olfativos etc.) são empregados de forma sinérgica para potencializar os resultados. Como pioneiro dessa abordagem no Brasil, o Prof. Dr. João Oliveira ressalta que a utilização de sons e frequências cuidadosamente selecionados facilita a ressignificação de conteúdos internos e a promoção de mudanças terapêuticas mais profundas e duradouras.
Do ponto de vista acadêmico e clínico, é importante continuar investigando e documentando os impactos específicos de diferentes tipos de som na hipnose. Ensaios controlados e estudos neurofisiológicos avançados (como EEG e fMRI durante induções sonoras) ajudarão a elucidar os mecanismos pelos quais o som influencia os estados de consciência. Entretanto, o conhecimento já disponível oferece suporte suficiente para que profissionais da saúde mental e hipnoterapeutas utilizem, de forma responsável e individualizada, a “farmácia sonora” disponível – seja a playlist de músicas, os sons da natureza ou dispositivos de emissão de frequências – como aliada na melhoria da saúde e qualidade de vida de seus clientes. Em suma, o som, quando bem aplicado, é mais do que um pano de fundo da hipnose: ele é um co-terapeuta sutil, capaz de tocar fibras emocionais, harmonizar ritmos internos e despertar lembranças adormecidas na jornada rumo ao equilíbrio e à cura.
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